quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Com medo...

As minhas mãos nas tuas...

Foi assim a última vez que te vi,
as minhas nas tuas
pela última vez...

Como se sentisses que ao largar-me
jamais me tocarias,
e jamais te sentiria
assim tão perto de mim...

(Ladybutterfly)

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Saudade....


Olhei-te...

Chamei por ti baixinho,
na esperança que me sorrisses
como em tantas outras vezes...

Pedi-te que me olhasses,
com a vontade imensa
de ver de novo o brilho dos teus olhos...

Gritei por ti,
como se isso te acordasse
desse sono eterno...

Beijei-te,
com o desejo enorme 
de ser retribuída...

Por fim deixei-te ir,
abri mão de ti
com a eterna esperança de um dia te reencontrar... 

(Amo-te de coração)  

[Veruska Bastos]

sábado, 24 de setembro de 2011

Queria parar...


Queria parar o tempo...

Voltar atrás e ficar,
tudo para não passar pela dor 
de te perder...

Queria prender-me contigo ,
para nunca enfraquecer
a força de te ter na minha vida...

Dava tudo
para nunca me desviar do teu olhar,
para jamais me afastar
dessa força em ti que me faz lutar...

Sei que o dia
em que esse dia chegar,
um pedaço de mim 
irá contigo
e jamais o irei recuperar...

(Ladybutterfly)

domingo, 18 de setembro de 2011

Saí do meu castelo...

Saí do meu castelo,
respirei fundo
ganhei coragem
e decidi seguir o meu caminho...

Passei as muralhas a medo
e por momentos quis voltar atrás,
como se algo mais forte
me quisesse manter presa a elas...

Hesitante olhei para trás
e vi a Lady á janela,
essa que tanta vez deu a cara por mim
e me deu força,
ela que quando eu me acobardava
se chegava á frente com garra...

Fui avançando devagar
e já ao longe acenei,
sorriu-me
e desejou-me sorte...

Agradeci-lhe tudo o que me deu
tudo o que me deixou dar-lhe,
comigo trouxe as suas asas
essas nunca as irei largar...

(Veruska Bastos)

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Deixei de viver...


Apertei-te forte nos meus braços
esperando que assim não partisses,
implorei-te para que ficasses
pensando que não vivi-a sem ti...

Chorei aos teus pés
pedindo-te migalhas de um amor,
que afinal nunca tiveste por mim...

Dizia sim contigo 
só para te agradar,
mas sem ver que isso
só me fazia chorar...

Deixei que te apoderasses de mim
sem dó nem piedade,
passei a viver a tua vida
e para a minha não deixei espaço...

Vivia-te, 
respirava-te,
esquecia-me de mim...

Deixei que lavasses o chão com o meu corpo
e o deitasses-me fora,
sem sequer fazer nada...

Pouco a pouco deixei de ser eu mesma
de acreditar em mim,
pouco a pouco deixei que me matasses
até não sobrar nada...
 (Ladybutterfly)

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Pazes feitas...

Hoje deixei-te a mão, fiz birra
bati o pé,
virei-te as costas...

Chamei-te nomes
gritei contigo,
e chorei de raiva
a plenos pulmões...

Olhas-te-me com carinho,
e um sorriso meigo...

Ficaste por perto
mas sem me apertar,
deste-me espaço
sem nunca me deixares...

Pouco a pouco acalmei
fui-me chegando a ti de novo,
e pelo teu carinho procurei...

Abriste-me os braços
e o coração,
nunca me deixaste
mesmo quando te deixei a ti...
(Ladybutterfly)

sexta-feira, 15 de julho de 2011

És linda...

Hoje recuei no tempo...
Voltei aquela casa pequenina em espaço,
mas imensa em amor...

Tornei a espreitar pelo buraco da caixa do correio
enquanto o carteiro despejava cartas,
a arredar os vasos de flores em busca
de tesouros inexistentes...

Regressei aos teus pés
bem debaixo das tuas saias,
onde queria para sempre ficar
olhando-te,
e rindo das tuas cantigas...

Tornei a sentir o cheiro maravilhoso
dos teus cozinhados,
e a forma doce como me abraçavas
ao chegar...

Tornei a sentir o teu cabelo nos meus dedos
enquanto me tentavas adormecer,
e como me surruravas ao ouvido
só para me ver sorrir...

(Ladybutterfly)

terça-feira, 7 de junho de 2011

Máscara...

Deitados no chão
debatemo-nos...

Tentei tirar-te a máscara
que te esconde de ti mesmo,
que te esconde de mim
e que ao mundo engana a cada dia que passa...

Cansei-me de ver usar
e abusar,
de um ser que não és...

Cansei-me dos jogos de "gato e rato"
que fazes contigo mesmo,
em que nenhum dos dois ganha
porque caem de cansaço de se perseguirem...

No fundo
acho que já esqueces-te quem és,
perdeste-te num quarto escuro
e não queres encontrar a luz..

E por mais que te mostre o caminho
fazes questão de errar de novo...

(Ladybutterfly)

domingo, 5 de junho de 2011

Morte...

Mulher dura, veste de negro
o corpo e a alma...

Silenciosa,
mentirosa
e disfarçada...

Num minuto tira-nos tudo
sem sequer darmos por nada...

Fria,
escura,
amarga...

Fica no seu canto
e ataca vinda do nada...



(Ladybutterfly)


quarta-feira, 1 de junho de 2011

Eu e eu mesma...

Não sei se tenho medo de mim,
ou do pedaço imperfeito
que tento esconder de mim mesma...

Dessa parte de um todo
que eu mesma sei que sou,
e da qual tento fugir a todo o custo...

Não sei se entendo essa outra
que tenta gritar através de mim,
e que quase me faz perder as forças
por não ter forças
para me derrotar...

Sinto-me gloriosa por esta
que luta contra a outra,
e derrotada por essa outra
que nunca me vence...

(Ladybutterfly)

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Hoje...

Hoje estou capaz de voar

sem sequer abrir as asas,
percorrer milhas
sem levantar os pés do chão...

Partir
sem sequer sair do mesmo lugar,
ver este mundo e o outro
sempre de olhos fechados...

Hoje correria o Mundo todo numa hora,
sem sequer me cansar,
dançaria como louca
sem música a tocar...

Hoje...,
amanhã quem sabe...

(Ladybutterfly)

sábado, 9 de abril de 2011

Obrigada...

Olhei o céu
fechei os olhos...

Deixei-me ir
e parei nesse sitio onde tanta felicidade,
me transbordava o olhar...

Um sorriso encheu-me o rosto e o coração,
com uma paz imensa que há muito não sentia...

Pude ouvir claramente o som compassado
da máquina de costura,
e o trautear melódico
dessas músicas que só tu conhecias,
e que me faziam sorrir
por saber que eram só tuas...

Em cima da cama
entre trapos e botões coloridos,
olhava-te com um orgulho imenso
que só hoje o consigo exprimir...

Orgulho-me do ser que fizeste de mim,
e do ser que a mim
me fez ser quem sou...

Obrigada
avó...

(Ladybutterfly)

sábado, 12 de março de 2011

Preciso respirar... Quero ir e ao mesmo tempo ficar...

Preciso respirar
largar este casulo,
fazer-me a este mar revolto
que a tempestade dos dias
talha amargurada...

Preciso voar
abrir as asas,
deixar-me levar
sem sequer pensar...

Quero ir
e ao mesmo tempo ficar,
preciso que me empurrem
antes que desista,
mesmo antes de tentar...

(Ladybutterfly)

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

No fundo desse poço...

Quando pensei estar já no fundo,
onde a dor e a solidão
se tornam insuportáveis,
caí um pouco mais
e começaram a faltar-me as forças
para lutar...

Fiquei prostrada inerte,
olhando o meu próprio reflexo
distorcido,
no fundo
desse poço sem fim...

Onde nem já o meu próprio reflexo
me mostra a mim mesma,
mas sim pedaços de alguém que fui...

(Ladybutterfly)

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Puro acaso...

Será acaso
este caso,
complicado de entender...

Será pecado,
ao fim e ao cabo
acabo sem perceber...

Será um fardo
se este caso inacabado,
ficar por resolver...

(Ladybutterfly)

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

A vida que há muito perdeste...


Deitada no chão frio
de peito aberto,
deixei-te ver e ter
o mais puro de mim...

Abri-te a alma
e o coração...

Sem dó nem piedade
feriste-o a sangue frio
com toda a tua ira e ódio,
colocaste-lhe as garras
como qualquer ave de rapina esfomeada...

E mesmo sem fome
fizeste questão de o dilacerar,
destruir por completo
por puro divertimento...

Como se a dor que vias em mim
fizesse crescer em ti
vida que há muito perdeste...


(Ladybutterfly)

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Quero-te de novo no meu regaço...


Queria conseguir proteger-te
como sempre o fiz,
pegar-te ao colo se preciso fosse
e levar-te pelo caminho certo...

Dava tudo
para te sentir de novo segura,
como quando
só eu podia decidir por ti...

Como eu queria
sentir-te no meu regaço,
agarrada ás minhas saias
como quem precisa de mim pra viver...

Não reconheço o teu olhar
e a tua voz
juro que não soa igual...

Ages como se eu
a tua amiga de sempre,
fosse a tua cruz
e demasiado pesada para carregares...

Quero-te de novo no meu colo
agarrada ao meu pescoço,
puxando-me os cabelos
enquanto sorris...

Amo-te demais
para te querer ver sair sem rumo,
e sem bilhete para voltar...


(Ladybutterfly)

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Quando o cadeado quebra...


Há alturas na vida
em que esta se encarrega,
de devolver velhas memórias
e desenterrar momentos dolorosos...

Em que tudo nos volta
é memória,
como remoinhos insanos
em dia de tempestade...

Momentos
em que recordamos
o que há muito pensávamos
ter esquecido,
e para sempre estar guardado...

Basta uma lufada de ar
e o pó sai desse velho báu
protegido e armadilhado,
o cadeado quebra
e liberta medos,
pensamentos,
ódios...

Liberta fantasmas
e faz derrubar a muralha,
que ainda ontem parecia intransponível...
(Ladybutterfly)