quarta-feira, 21 de julho de 2010

Fiquei liberta...


O corpo doía-me
e permanecia inerte,
como se nunca mais sequer se movesse...

Os meus olhos esses,
estavam carregados
de uma nuvem branca
que os impedia de ver com clareza...

Mas a alma
parecia voar,
desejando apagar da sua memória
pequenos longos momentos que a faziam morrer pouco a pouco...

E eu,
eu não conseguia controlar
nenhuma parte de mim,
como se não mais fosse inquilina de mim mesma...

Via-me por fora,
podia tocar meu próprio corpo
e abraçar-me,
para dizer a mim mesma que tudo estava bem...

Via quem mais me amava chorar
desesperar de tristeza e dor,
mas sentia tanta alegria
tanta paz,
sentia-me tão bem finalmente,
tão livre...

Afaguei-os
e tentei secar-lhe o rosto distorcido
pelas lágrimas que neles corriam...

Sorria e tentava-lhes tocar o coração
para que sentissem que estava bem,
que finalmente era livre e feliz
mesmo que não ali,
mesmo que longe deles...

E parti...

(Ladybutterfly)

sexta-feira, 16 de julho de 2010

É verdade...


O meu coração está partido,
e por mais que digas
por mais que faças,
nada irá apagar a dor...

Como pude ser tão louca,
como me fui entregar
sem pensar nas consequências,
como me deixei enganar
e levar por pura inocência...

Mesmo que conseguisse juntar todos os pedaços
e colá-los lado a lado,
como se de um qualquer vaso de barro se trata-se,
iria sempre ficar a marca
o rasgo que nele gravas-te...

Não me peças desculpa
não me mostres lágrimas,
não implores...

Fica-te mal essa máscara
essa farsa...

(Ladybutterfly)


domingo, 11 de julho de 2010

Hoje...


Hoje acordei cansada,
farta do dia
que ainda nem tinha começado para mim...

Hoje não suporto o sol,
o seu brilho fere-me a vista
e enche-me de um fogo
que me desespera...

Hoje tudo o que me dizem
intedia-me,
como se depois de uma fraca piada
fosse forçada
a rir-me apenas por delicadeza...

Hoje sinto-me como se tudo fosse nada,
e nada fosse muito para mim...

(Ladybutterfly)

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Só eu sei...


A água corria,
podia-se contar cada gota que caía sobre mim,
e quanto me doía
como se de pedras se tratassem...

Sentia-me perder as forças,
mas ao mesmo tempo a purificar
conforme a água passava por mim...

Queria esquecer,
queria que junto com ela
fosse toda a dor,
toda a mágoa ,
toda a raiva e medo
que se apoderava do meu corpo e mente...

As pernas tremiam
e o meu coração,
esse,
estava dilacerado
como um qualquer espelho que cai ao chão...

Queria permanecer nesse deleite para sempre
sentir-me limpa,
e ao mesmo tempo sair dele para tudo
com ele ir...

Só eu sei o que senti,
o que sinto,
o que nunca esquecerei,
todos podem tentar imaginar,
mas só eu sei...

(Ladybutterfly)